A primeira identificação criminal por impressão digital ocorreu na Argentina, no ano de 1892. Na cidade de Necochea, província de Buenos Aires, homicídio brutal alvoroçou os moradores. Duas crianças, uma de seis e outra de quatro anos, haviam sido assassinadas. Entre os principais suspeitos, estavam a mãe das vítimas, Francisca Rojas e seu vizinho, o sujeito conhecido como Pedro Velasquez. Francisca tentou simular um ataque, cortando a própria garganta e tentando culpar Pedro. Na cena do crime foi encontrada uma impressão digital impregnada em sangue próxima a porta da casa. Como a mãe negou tocar os corpos das Crianças, passou-se a tratar este vestígio como oriundo do suspeito. Para resolver o caso, o então chefe de polícia Juan Vucetich, comparou esta digital encontrada no local do fato com as impressões digitais de possíveis assassinos. Após confronto, Vucetich chegou a conclusão que a impressão visível coletada no lugar onde ocorreram os assassinatos eram da mãe das vítimas. Como o uso da impressão digital em investigações ainda era uma novidade, Vucetich resolveu não levar a prova para o tribunal, pois poderia não ser levado a sério. Entretanto, ele foi astuto: usou este indício para pressionar Francisca a confessar o crime. Deu certo.
Fonte: Livro Locais de Crime / Jesus Antônio Velho, Karina Alves, Clayton Tadeu - Millennim Editora, 2013.
